O Anjo de Sangue.
Babel - Princípio dos tempos.
A construção de uma torre
profana é vista pelos anjos no mais alto dos céus.
Deus em sua glória não gostou daquela blasfêmia e resolveu punir separando os homens em várias línguas.
Mas o rei da cidade, reuniu todos seus feiticeiros, queria conseguir uma força para trazer de volta os homens que partiam para outras terras.
Uma criatura que fosse capaz de escravizar os homens se fosse necessário.
Naquela época a necromancia era uma arte poderosa, magos do mundo inteiro conheciam os segredos das trevas e Shaksai, um africano que teve a língua cortada quando capturado para trabalhar a serviço do rei, resolveu mostrar seus poderes e ali na frente de todos, cortou seu dedo com um punhal feito de ossos bem afiados.
A gota de sangue que caiu não desceu ao chão, ficou parada ali na faca e ele foi usando a para dar forma a uma criatura, o rei vendo aquilo ordenou que todos os seus magos ajudassem ele naquela tarefa e em poucos instantes a pequena gota de sangue era uma força poderosa, uma criatura alada feita de más energias.
Um anjo negro, uma besta primordial criada para caçar anjos e seus seguidores na Terra. Deram ao monstro o nome de Shar Uruk, que na língua primordial era algo como o matador dos inimigos.
Mas o que eles não contavam é que na hora final antes de terminarem a moldagem daquela besta o mago que começara colocou na arma uma magia de controle que tornava a criatura completamente inofensiva sem aquela poderosa espada.
Quando terminaram a criação, o rei mandou que trouxessem as mais pesadas armas e cingissem o novo guerreiro como um membro da guarda de elite.
Um capacete foi feito afim de esconder seu rosto e sua cota de malha pesada lhe protegia até mesmo a seus antebraços, impedindo que os homens vissem a face dele e fugissem com medo.
Dias depois foram enviadas as legiões que restaram na cidade para recuperar os povos que ali trabalharam na torre que agora jazia em ruínas, expondo o centro da cidade como uma chaga ainda aberta.
O rei queria que terminassem sua grande obra, pois já sentia o fim se aproximar, tinha mais de 200 anos e seus dias estavam se acabando. Não tinha herdeiros e queria ver sua grande obra durar para sempre.
Semanas se passaram antes que alguns homens voltassem trazendo uma tribo no sul, que tinha sido recém instalada, só traziam mulheres e quando o rei lhes perguntou o por que nem mesmo as crianças tinham sido poupadas, o chefe da pequena guarnição apenas disse:
_ O líder dos pelotões matou a todos os homens, poupou somente as mulheres jovens, até mesmo as velhas foram abatidas como gado.
O rei viu no rosto do soldado um certo desagrado ao falar do que tinha presenciado, mas não entendeu que sua criatura estava saindo do controle, apenas sorriu e disse:
_ Então como vocês me trouxeram estas belas donzelas eu as presenteio a vocês, meus valorosos soldados, tenham filhos! Disse ele gritando para os homens que sorriram timidamente e saíram dali antes que a bondade fosse desfeita.
E assim duas vezes por mês chegavam escravas ou notícias de pilhagens e destruição. A legião enviada já estava com mais de trezentas batalhas sem saber o que era derrota e chegaram relatos ao rei que o guerreiro criado por magia tinha derrotado a um querubim em batalha.
Mas a medida que as vitórias chegavam a vida do rei escorria pelos dedos de todos e os magos começaram a conspirar para saber quem iria governar.
Tentavam agrada - lo ou amedronta - lo, Skasai no entanto não fazia parte de nada disso, preferiu desaparecer nas trevas da noite.
Não foi encontrado em parte alguma do palácio, e naquela mesma noite o rei faleceu, descobriram tarde que o mago criador da besta estava envenenando o rei com um tipo raro de veneno que mata lentamente, apodrecendo os orgãos da vítima sem que essa se dê conta.
Como peregrino ele viajou vendo o que sua criação tinha espalhado pela terra: Miséria, destruição e ódio.
Todos os lugares viviam com medo, alguns tinham abandonado suas cidades e passados a viver nas cavernas, tal como os animais fazem.
Ele perseguia sua criação e a encontrou na planície do Sinai, estava em cima de um monte quando viu o seu guerreiro se degladiando contra uma legião de querubins, as espadas brandiam no ar e os choques fendiam a terra, causando terremotos e vulcões.
O confronto era intenso e os anjos pareciam apenas querer cansar ao destruidor, distraí - lo. Até que num instante, um anjo vestido com um peitoral de prata pulou no pescoço da criatura e lhe cortou a cabeça.
O corpo no mesmo instante começou a se dissolver e antes que o fim se desse a espada saiu voando e parou nas mãos do mago que com todos os seus poderes abriu um portal entre as diversas dimensões que circundam os universos da magia e tinha se perdido até então.
Deus em sua glória não gostou daquela blasfêmia e resolveu punir separando os homens em várias línguas.
Mas o rei da cidade, reuniu todos seus feiticeiros, queria conseguir uma força para trazer de volta os homens que partiam para outras terras.
Uma criatura que fosse capaz de escravizar os homens se fosse necessário.
Naquela época a necromancia era uma arte poderosa, magos do mundo inteiro conheciam os segredos das trevas e Shaksai, um africano que teve a língua cortada quando capturado para trabalhar a serviço do rei, resolveu mostrar seus poderes e ali na frente de todos, cortou seu dedo com um punhal feito de ossos bem afiados.
A gota de sangue que caiu não desceu ao chão, ficou parada ali na faca e ele foi usando a para dar forma a uma criatura, o rei vendo aquilo ordenou que todos os seus magos ajudassem ele naquela tarefa e em poucos instantes a pequena gota de sangue era uma força poderosa, uma criatura alada feita de más energias.
Um anjo negro, uma besta primordial criada para caçar anjos e seus seguidores na Terra. Deram ao monstro o nome de Shar Uruk, que na língua primordial era algo como o matador dos inimigos.
Mas o que eles não contavam é que na hora final antes de terminarem a moldagem daquela besta o mago que começara colocou na arma uma magia de controle que tornava a criatura completamente inofensiva sem aquela poderosa espada.
Quando terminaram a criação, o rei mandou que trouxessem as mais pesadas armas e cingissem o novo guerreiro como um membro da guarda de elite.
Um capacete foi feito afim de esconder seu rosto e sua cota de malha pesada lhe protegia até mesmo a seus antebraços, impedindo que os homens vissem a face dele e fugissem com medo.
Dias depois foram enviadas as legiões que restaram na cidade para recuperar os povos que ali trabalharam na torre que agora jazia em ruínas, expondo o centro da cidade como uma chaga ainda aberta.
O rei queria que terminassem sua grande obra, pois já sentia o fim se aproximar, tinha mais de 200 anos e seus dias estavam se acabando. Não tinha herdeiros e queria ver sua grande obra durar para sempre.
Semanas se passaram antes que alguns homens voltassem trazendo uma tribo no sul, que tinha sido recém instalada, só traziam mulheres e quando o rei lhes perguntou o por que nem mesmo as crianças tinham sido poupadas, o chefe da pequena guarnição apenas disse:
_ O líder dos pelotões matou a todos os homens, poupou somente as mulheres jovens, até mesmo as velhas foram abatidas como gado.
O rei viu no rosto do soldado um certo desagrado ao falar do que tinha presenciado, mas não entendeu que sua criatura estava saindo do controle, apenas sorriu e disse:
_ Então como vocês me trouxeram estas belas donzelas eu as presenteio a vocês, meus valorosos soldados, tenham filhos! Disse ele gritando para os homens que sorriram timidamente e saíram dali antes que a bondade fosse desfeita.
E assim duas vezes por mês chegavam escravas ou notícias de pilhagens e destruição. A legião enviada já estava com mais de trezentas batalhas sem saber o que era derrota e chegaram relatos ao rei que o guerreiro criado por magia tinha derrotado a um querubim em batalha.
Mas a medida que as vitórias chegavam a vida do rei escorria pelos dedos de todos e os magos começaram a conspirar para saber quem iria governar.
Tentavam agrada - lo ou amedronta - lo, Skasai no entanto não fazia parte de nada disso, preferiu desaparecer nas trevas da noite.
Não foi encontrado em parte alguma do palácio, e naquela mesma noite o rei faleceu, descobriram tarde que o mago criador da besta estava envenenando o rei com um tipo raro de veneno que mata lentamente, apodrecendo os orgãos da vítima sem que essa se dê conta.
Como peregrino ele viajou vendo o que sua criação tinha espalhado pela terra: Miséria, destruição e ódio.
Todos os lugares viviam com medo, alguns tinham abandonado suas cidades e passados a viver nas cavernas, tal como os animais fazem.
Ele perseguia sua criação e a encontrou na planície do Sinai, estava em cima de um monte quando viu o seu guerreiro se degladiando contra uma legião de querubins, as espadas brandiam no ar e os choques fendiam a terra, causando terremotos e vulcões.
O confronto era intenso e os anjos pareciam apenas querer cansar ao destruidor, distraí - lo. Até que num instante, um anjo vestido com um peitoral de prata pulou no pescoço da criatura e lhe cortou a cabeça.
O corpo no mesmo instante começou a se dissolver e antes que o fim se desse a espada saiu voando e parou nas mãos do mago que com todos os seus poderes abriu um portal entre as diversas dimensões que circundam os universos da magia e tinha se perdido até então.
A busca da relíquia.
Itália - Dias atuais.
A cidade de Roma carrega
consigo o peso de ter sido um grande centro de morte e dor, pessoas se
divertiam no Coliseu, vendo a morte de prisioneiros no Coliseu a terrível ode a
barbárie vestida como civilização.
Ali no meio daquele teatro de carnificinas ainda estavam as almas de alguns derrotados, vagavam sem paz, seus corpos tinham morrido sem perdão, longe dos ritos e dos funerais e tinham ficado ali para sempre.
Um milionário que queria a imortalidade pagou para todos os magos do mundo encontrarem um local com grande força espiritual.
Queria conjurar uma magia antiga que tinha conseguido após comprar por meios ilegais um pergaminho muito raro, no Irã em troca de armas químicas para terroristas.
A autenticidade do documento já havia sido checada e ele pagou para os maiores peritos em línguas antigas do mundo traduzirem aquilo e os matou após para que ninguém mais soubesse da sua grande descoberta: O pergaminho da vida eterna, um tomo de magia de um mago babilônico que sobreviveu em uma antiga biblioteca em Teerã salvo da revolução dos anos de 1970 por um arqueólogo iraniano que colocou o junto com outros papéis dentro de uma tumba que eles consideravam ser do terceiro califa.
Ele descobrira esses segredos perdidos após fazer contato tanto por meios legais quanto pelos ilegais, tinha oferecido grandes somas para quem lhe trouxesse pergaminhos legítimos da antiguidade.
Os que não lhe serviam, vendia para museus e assim conseguia mais dinheiro para financiar suas compras. Não que precisasse, afinal era um investidor, filho de um grande proprietário de jornais que tinha ao seu dispor somas em dinheiro e ouro que muitos governos nem sequer sonhariam.
Os seus místicos lhe mostraram o centro de poder no meio do Coliseu, ele rapidamente se dirigiu para lá, corrompeu todas as autoridades necessárias, mandou seus contatos na máfia russa lhe arrumarem sacrifícios humanos nos moldes que o escrito exigia: “Uma mulher pura, uma criança, dois homens e um velho sábio.”
Quando pousou na Itália tudo já estava preparado, a viagem durou quase quatro horas de sua ilha no Caribe até o aeroporto internacional de Roma.
A limusine do seu jornal na Itália estava lhe esperando e uma suíte no hotel mais caro da cidade estava a sua disposição.
Ele apenas dormiu um pouco, não tocando na comida e nem bebendo nada, tinha de se manter limpo para conseguir o que tanto almejava.
Quando anoiteceu ele saiu rumo ao Coliseu, tudo estava preparado do jeito que ele ordenará. Nenhum dos homens no entanto notou que na fileira mais alta um homem vestido com roupas simples observava tudo a distância, carregava nos bolsos uma pistola e nas costas se via uma grande espada, de estilo celta, usada com as duas mãos, não era possível distinguir o metal de que era feita, pois não tinha sido forjada na Terra, mas nos céus, onde há muito tempo aquele anjo renegado tinha sido treinado até se tornar um anjo da punição.
Uma classe execrada pelos Ofanins, os também conhecidos anjos da guarda, eram guerreiros que tinha toda sua força divina voltada somente para a antiga arte do assassinato, eram máquinas de matar, brutais e simples, mandadas para a Terra afim de tratarem com demônios e outros perigos para a humanidade e aos céus.
Ao longo da história poucos tinham durado, muitos haviam falecido durante as grandes guerras, vitimados em explosões aéreas de bombas enquanto lutavam nos campos de batalhas.
Abdiel era quem estava ali apenas olhando aquilo tudo, estava em Roma, seguindo um mafioso que matava pessoas trabalhadoras e honestas na cidade, quando se deparou com algo que fez seus sentidos místicos se expandirem.
Era um ritual antigo que eles tentavam invocar. Pensou em matar logo aquele que se vestia como um místico antigo, mas resolveu ver no que daria.
Pensou que se desse errado ele poderia lutar com alguém ou algo mais digno do que os criminosos, queria caças maiores e então esperou pegando a espada e deixando no seu colo.
O ritual prosseguia as pessoas foram sacrificadas na ordem apresentada no pergaminho. Os cantos foram pronunciados e as almas dos mortos em combate começaram a se unir até se materializarem no mundo real na forma de um grande golem.
A criatura era como um guerreiro com vários metros de altura, o milionário foi morto assim que ela apareceu do plano espiritual, pisoteado pelo monstro que ajudará a criar.
Seus homens rapidamente debandaram, com medo daquela criatura, Abdiel no entanto ia pulando as fileiras de cadeiras, queria aquela luta, precisava daquele desafio para se sentir vivo.
A necessidade de adrenalina nos anjos da punição era tremenda, eles não resistiam a uma boa contenda, mas seus instintos não permitiam que lutassem com pessoas boas, apenas os criminosos lhes davam a felicidade e a vontade de viver que nos humanos é algo inerente.
A vida desses angelicais da morte era pautada no confronto e Abdiel há mais de cem anos não tinha uma luta que lhe deixasse cheio de adrenalina.
Quando chegou a última fileira de cadeiras, jogou fora o casaco pesado que usava para esconder as asas e pulou para o chão da arena, que ficava há pelo menos dez metros abaixo e segundos antes de cair no chão abriu as asas mantidas disfarçadas e saiu em posição de combate.
Empunhava a espada com as duas mãos e ia ao encontro do ser que não conseguia sair do Coliseu pois as almas que o formavam estavam ligados a estrutura física e então ficava rodando ao redor, dando urros e socando ao chão da arena que em alguns pontos já estava com grandes rachaduras.
As paredes construídas há séculos atrás começaram a ruir, devido aos abalos sofridos e quando o guerreiro e a besta se encontraram o choque entre eles foi tão grande que pôs abaixo todo o prédio histórico, deixando somente um terreno liso.
As sirenes de polícia podiam ser ouvidas bem perto e os helicópteros militares também estariam chegando. Os golpes da espada não pareciam surtir efeito, cada membro amputado caia e se tornava uma versão em miniatura da besta maior.
O anjo começou a se cansar quando teve de lutar com pelo menos vinte daqueles seres, acabou sendo jogado para fora e suas costas bateram contra um prédio causando um impacto tão forte que fez todos os vidros explodirem e fraturou as asas do anjo em vários pontos, fazendo com que sua respiração ficasse ofegante e suas vistas embaçassem.
Os monstros no entanto eram seres sem consciência e não queriam abandonar a batalha, então começaram a sair da arena e assim que pisaram fora dos limites do antigo Coliseu se dissolviam como poeira.
Quando a última criatura foi morta, uma sombra se abriu no meio do teatro das antigas batalhas, um esqueleto em um manto negro que ainda mantinha em suas mãos a espada com a gota de sangue mágico.
Abdiel se arrastou para fora dali, não percebendo que a criatura era na verdade um guardião para impedir a volta Skasai e sua terrível relíquia.
Só soube do que fora encontrado pela polícia em meio aos escombros dez dias depois quando seus ferimentos se recuperaram totalmente e ele pode sair da pensão barata onde tinha um quarto e ir comprar um jornal que tinha na primeira página:
“Relíquia encontrada no coliseu causa destruição e morte”
Uma análise de um corpo e uma estranha espada encontrados no coliseu, após um grave tremor sem causa definida que levou a sua destruição. Trouxe pânico ao museu de antiguidades em Roma, a doutora Barbara Michello, uma renomada especialista em múmias e cadáveres atacou vários dos seus colegas e saiu levando os destroços que estavam sendo analisados.
Os relatos dos sobreviventes diziam que ela atacou um dos seguranças, roubando sua arma e o matando a sangue frio e depois foi de sala em sala do laboratório onde as peças estavam e assassinou a sangue frio todos os seus colegas.
Na mesma hora que terminou de ler a notícia, um frio passou pela espinha do guerreiro, ele conhecia a espada, já tinha lutado contra o portador daquela lâmina há muito tempo atrás e fora preciso uma legião de querubins para conseguir para - lo, nas planícies do Sinai, a besta que ficou conhecida no livro da vida como: o Anjo de sangue!
Ali no meio daquele teatro de carnificinas ainda estavam as almas de alguns derrotados, vagavam sem paz, seus corpos tinham morrido sem perdão, longe dos ritos e dos funerais e tinham ficado ali para sempre.
Um milionário que queria a imortalidade pagou para todos os magos do mundo encontrarem um local com grande força espiritual.
Queria conjurar uma magia antiga que tinha conseguido após comprar por meios ilegais um pergaminho muito raro, no Irã em troca de armas químicas para terroristas.
A autenticidade do documento já havia sido checada e ele pagou para os maiores peritos em línguas antigas do mundo traduzirem aquilo e os matou após para que ninguém mais soubesse da sua grande descoberta: O pergaminho da vida eterna, um tomo de magia de um mago babilônico que sobreviveu em uma antiga biblioteca em Teerã salvo da revolução dos anos de 1970 por um arqueólogo iraniano que colocou o junto com outros papéis dentro de uma tumba que eles consideravam ser do terceiro califa.
Ele descobrira esses segredos perdidos após fazer contato tanto por meios legais quanto pelos ilegais, tinha oferecido grandes somas para quem lhe trouxesse pergaminhos legítimos da antiguidade.
Os que não lhe serviam, vendia para museus e assim conseguia mais dinheiro para financiar suas compras. Não que precisasse, afinal era um investidor, filho de um grande proprietário de jornais que tinha ao seu dispor somas em dinheiro e ouro que muitos governos nem sequer sonhariam.
Os seus místicos lhe mostraram o centro de poder no meio do Coliseu, ele rapidamente se dirigiu para lá, corrompeu todas as autoridades necessárias, mandou seus contatos na máfia russa lhe arrumarem sacrifícios humanos nos moldes que o escrito exigia: “Uma mulher pura, uma criança, dois homens e um velho sábio.”
Quando pousou na Itália tudo já estava preparado, a viagem durou quase quatro horas de sua ilha no Caribe até o aeroporto internacional de Roma.
A limusine do seu jornal na Itália estava lhe esperando e uma suíte no hotel mais caro da cidade estava a sua disposição.
Ele apenas dormiu um pouco, não tocando na comida e nem bebendo nada, tinha de se manter limpo para conseguir o que tanto almejava.
Quando anoiteceu ele saiu rumo ao Coliseu, tudo estava preparado do jeito que ele ordenará. Nenhum dos homens no entanto notou que na fileira mais alta um homem vestido com roupas simples observava tudo a distância, carregava nos bolsos uma pistola e nas costas se via uma grande espada, de estilo celta, usada com as duas mãos, não era possível distinguir o metal de que era feita, pois não tinha sido forjada na Terra, mas nos céus, onde há muito tempo aquele anjo renegado tinha sido treinado até se tornar um anjo da punição.
Uma classe execrada pelos Ofanins, os também conhecidos anjos da guarda, eram guerreiros que tinha toda sua força divina voltada somente para a antiga arte do assassinato, eram máquinas de matar, brutais e simples, mandadas para a Terra afim de tratarem com demônios e outros perigos para a humanidade e aos céus.
Ao longo da história poucos tinham durado, muitos haviam falecido durante as grandes guerras, vitimados em explosões aéreas de bombas enquanto lutavam nos campos de batalhas.
Abdiel era quem estava ali apenas olhando aquilo tudo, estava em Roma, seguindo um mafioso que matava pessoas trabalhadoras e honestas na cidade, quando se deparou com algo que fez seus sentidos místicos se expandirem.
Era um ritual antigo que eles tentavam invocar. Pensou em matar logo aquele que se vestia como um místico antigo, mas resolveu ver no que daria.
Pensou que se desse errado ele poderia lutar com alguém ou algo mais digno do que os criminosos, queria caças maiores e então esperou pegando a espada e deixando no seu colo.
O ritual prosseguia as pessoas foram sacrificadas na ordem apresentada no pergaminho. Os cantos foram pronunciados e as almas dos mortos em combate começaram a se unir até se materializarem no mundo real na forma de um grande golem.
A criatura era como um guerreiro com vários metros de altura, o milionário foi morto assim que ela apareceu do plano espiritual, pisoteado pelo monstro que ajudará a criar.
Seus homens rapidamente debandaram, com medo daquela criatura, Abdiel no entanto ia pulando as fileiras de cadeiras, queria aquela luta, precisava daquele desafio para se sentir vivo.
A necessidade de adrenalina nos anjos da punição era tremenda, eles não resistiam a uma boa contenda, mas seus instintos não permitiam que lutassem com pessoas boas, apenas os criminosos lhes davam a felicidade e a vontade de viver que nos humanos é algo inerente.
A vida desses angelicais da morte era pautada no confronto e Abdiel há mais de cem anos não tinha uma luta que lhe deixasse cheio de adrenalina.
Quando chegou a última fileira de cadeiras, jogou fora o casaco pesado que usava para esconder as asas e pulou para o chão da arena, que ficava há pelo menos dez metros abaixo e segundos antes de cair no chão abriu as asas mantidas disfarçadas e saiu em posição de combate.
Empunhava a espada com as duas mãos e ia ao encontro do ser que não conseguia sair do Coliseu pois as almas que o formavam estavam ligados a estrutura física e então ficava rodando ao redor, dando urros e socando ao chão da arena que em alguns pontos já estava com grandes rachaduras.
As paredes construídas há séculos atrás começaram a ruir, devido aos abalos sofridos e quando o guerreiro e a besta se encontraram o choque entre eles foi tão grande que pôs abaixo todo o prédio histórico, deixando somente um terreno liso.
As sirenes de polícia podiam ser ouvidas bem perto e os helicópteros militares também estariam chegando. Os golpes da espada não pareciam surtir efeito, cada membro amputado caia e se tornava uma versão em miniatura da besta maior.
O anjo começou a se cansar quando teve de lutar com pelo menos vinte daqueles seres, acabou sendo jogado para fora e suas costas bateram contra um prédio causando um impacto tão forte que fez todos os vidros explodirem e fraturou as asas do anjo em vários pontos, fazendo com que sua respiração ficasse ofegante e suas vistas embaçassem.
Os monstros no entanto eram seres sem consciência e não queriam abandonar a batalha, então começaram a sair da arena e assim que pisaram fora dos limites do antigo Coliseu se dissolviam como poeira.
Quando a última criatura foi morta, uma sombra se abriu no meio do teatro das antigas batalhas, um esqueleto em um manto negro que ainda mantinha em suas mãos a espada com a gota de sangue mágico.
Abdiel se arrastou para fora dali, não percebendo que a criatura era na verdade um guardião para impedir a volta Skasai e sua terrível relíquia.
Só soube do que fora encontrado pela polícia em meio aos escombros dez dias depois quando seus ferimentos se recuperaram totalmente e ele pode sair da pensão barata onde tinha um quarto e ir comprar um jornal que tinha na primeira página:
“Relíquia encontrada no coliseu causa destruição e morte”
Uma análise de um corpo e uma estranha espada encontrados no coliseu, após um grave tremor sem causa definida que levou a sua destruição. Trouxe pânico ao museu de antiguidades em Roma, a doutora Barbara Michello, uma renomada especialista em múmias e cadáveres atacou vários dos seus colegas e saiu levando os destroços que estavam sendo analisados.
Os relatos dos sobreviventes diziam que ela atacou um dos seguranças, roubando sua arma e o matando a sangue frio e depois foi de sala em sala do laboratório onde as peças estavam e assassinou a sangue frio todos os seus colegas.
Na mesma hora que terminou de ler a notícia, um frio passou pela espinha do guerreiro, ele conhecia a espada, já tinha lutado contra o portador daquela lâmina há muito tempo atrás e fora preciso uma legião de querubins para conseguir para - lo, nas planícies do Sinai, a besta que ficou conhecida no livro da vida como: o Anjo de sangue!
Para deter o fim do mundo.
O
anjo ficou ali parado em frente a banca enquanto sua mente viajava até a
antiguidade, onde ele comandava a legião escarlate, dos assassinos angelicais,
a luta contra o destruidor que queria reviver Babel após a destruição dada pelo
pai tinha sido tremenda e matara diversos soldados.
_ Agora essa besta está novamente a solta e a legião está espalhada pelos quatro cantos do globo, vivendo pequenas batalhas sem grande importância.
Conhecia o endereço de alguns, mas duvidada que se dispusessem a ajuda - lo, afinal eram apenas soldados, muito pouco treinados e se seu líder não desse conta que dirá eles.
Voltou para seu apartamento e abriu o armário de armas de onde pegou algumas que tinham poderes mágicos e uma corrente que colocou no pescoço, tinha sido banhada em magias para proteger contra feiticeiros por uma amiga sua, enquanto ele enfrentava o mago Rasputin, no ano de 1918.
Precisava andar rápido e de alguma ajuda para deter a criatura que tinha sido trazida de volta com a espada daquele guerreiro sanguinário.
Caminhava pelas ruas da cidade, pedindo que Deus lhe mandasse algum auxílio, quando viu num beco do outro lado, próximo ao mar, uma pequena garota que em uma das mãos carregava uma chama verde e olhava diretamente para ele.
Logo tentou atravessar a rua para segui - la, mas o trânsito ali naquele setor estava muito tumultuado, só conseguiu chegar ao lugar quatro minutos depois, mas foi tempo bastante para a garota ir mais adiante no beco, que agora de perto parecia mais com uma longa rua sem saída.
Abdiel correu até ela, mas quanto mais avançava na direção dela, a distância entre eles apenas se tornava maior.
Até que ele parou depois de correr quase dois quilômetros sem parar. De algum modo não estava mais em Roma e a moça que tinha chamado sua atenção agora era uma pequena fada que pousou no seu ombro e disse:
“Seja bem vindo inimigo do meu povo, iremos te ajudar na sua jornada, por que nossa líder deseja, caso contrário te deixaríamos louco por toda a eternidade, assassino”
_"E quem seria sua líder?” Perguntou o guerreiro, insatisfeito por ter sido enganado por aquela fada.
“ Morgana Le Fey, a rainha das fadas.”
A situação está péssima mesmo, eu com uma besta assassina sanguinária e só tenho a ajuda de fadinhas. Pensou ele soltando um longo suspiro de resignação e caminhando na direção que a pequena fadinha lhe apontava.
_ Agora essa besta está novamente a solta e a legião está espalhada pelos quatro cantos do globo, vivendo pequenas batalhas sem grande importância.
Conhecia o endereço de alguns, mas duvidada que se dispusessem a ajuda - lo, afinal eram apenas soldados, muito pouco treinados e se seu líder não desse conta que dirá eles.
Voltou para seu apartamento e abriu o armário de armas de onde pegou algumas que tinham poderes mágicos e uma corrente que colocou no pescoço, tinha sido banhada em magias para proteger contra feiticeiros por uma amiga sua, enquanto ele enfrentava o mago Rasputin, no ano de 1918.
Precisava andar rápido e de alguma ajuda para deter a criatura que tinha sido trazida de volta com a espada daquele guerreiro sanguinário.
Caminhava pelas ruas da cidade, pedindo que Deus lhe mandasse algum auxílio, quando viu num beco do outro lado, próximo ao mar, uma pequena garota que em uma das mãos carregava uma chama verde e olhava diretamente para ele.
Logo tentou atravessar a rua para segui - la, mas o trânsito ali naquele setor estava muito tumultuado, só conseguiu chegar ao lugar quatro minutos depois, mas foi tempo bastante para a garota ir mais adiante no beco, que agora de perto parecia mais com uma longa rua sem saída.
Abdiel correu até ela, mas quanto mais avançava na direção dela, a distância entre eles apenas se tornava maior.
Até que ele parou depois de correr quase dois quilômetros sem parar. De algum modo não estava mais em Roma e a moça que tinha chamado sua atenção agora era uma pequena fada que pousou no seu ombro e disse:
“Seja bem vindo inimigo do meu povo, iremos te ajudar na sua jornada, por que nossa líder deseja, caso contrário te deixaríamos louco por toda a eternidade, assassino”
_"E quem seria sua líder?” Perguntou o guerreiro, insatisfeito por ter sido enganado por aquela fada.
“ Morgana Le Fey, a rainha das fadas.”
A situação está péssima mesmo, eu com uma besta assassina sanguinária e só tenho a ajuda de fadinhas. Pensou ele soltando um longo suspiro de resignação e caminhando na direção que a pequena fadinha lhe apontava.
Avançar por aquela
cidade, cheia de elfos, duendes e fadas lhe dava ânsia de vômito no estômago,
aquelas criaturas doces e meigas estavam o tirando de sua missão por alguma
bobagem sem sentido.
Detestava perder
tempo, era uma máquina de matar, um estrategista preparado para qualquer campo
de batalha, no entanto a raiva era seu ponto mais fraco.
Nunca sabia lidar
com situações que exigissem tato e diplomacia, era um soldado treinado a
exaustão em combate, mas não um político.
Aliás a classe que
atua na diplomacia nos céus, os serafins, era tida como inimiga após a queda de
Lúcifer, eram conhecidos como espiões e falsos que mantinham os arcanjos
informados sobre tudo e todos.
Abdiel fechou o
semblante enquanto andava pelas ruas, as mães recolhiam as crianças ao vê – lo,
passar. O povo das fadas conhecia a fama de sanguinários que os anjos tinham e
muitas daquelas crianças ouviam histórias amedrontadoras sobre o terrível
Abdiel, o matador. Avôs contavam para fadas pequenas, os fatos que ouviam sobre
um anjo que sozinho certa vez assassinou uma família inteira de dragões apenas para
poder se banhar no sangue deles e assim curar uma ferida causada pela flecha de
Apolo que acabou morto ao fim da batalha.
Essas crianças
agora viam o heróis dos seus pesadelos ali frente a frente, as mais jovens
ficavam paralisadas de medo, algumas até urinavam na roupa ao vê – lo enquanto
alguns duendes mais jovens e revoltosos jogavam nele pequenas pedras que não
pareciam atingir lhe.
A caminhada acabou
quando eles pararam em frente a um antigo relógio de sol, onde vários
sacerdotes vestidos com vestes brancas entoavam cantos em antigos idiomas.
Eram da ordem da
Terra, um antigo clã de magos humanos que se juntou ao povo das fadas como
sacerdotes da grande deusa, outro nome que Gaia tinha entre os pequenos.
Todos ali pareciam
reduzidos a um tamanho em miniatura, Abdiel se sentia numa maquete com
homenzinhos ilustrando as casas e soltando pequenos grunhidos enquanto ele
passava.
Mas o palácio ao
fundo e a praça onde eles estavam era diferente, a sensação de estar de volta a
antiguidade era nítida, até mesmo as roupas dos sacerdotes remetiam a isso,
panos lisos sem costura, túnicas feitas por mãos muito habilidosas que
revestiam cada um deles como a uma segunda pele.
Os cantos pararam
no momento que Morgana apareceu, vinha de dentro do palácio, carregada em uma
antiga liteira por dois grandes guerreiros.
Abdiel não
conseguia sentir neles uma alma, então sabia que eram fruto de magia poderosa.
Assassinos cruéis e impiedosos que tinham nas costas pesados machados duplos e
vestiam se como cavaleiros medievais não permitindo que se visse nada de seus
corpos.
_ Provavelmente são
armaduras vivas ou zumbis, tal como os druidas celtas usavam no passado para
defender seus santuários, Pensou o herói e no mesmo instante a feiticeira lhe
respondeu:
_ Sim são zumbis,
dois nórdicos que eu salvei da morte, mas que ficaram loucos ao verem meus
poderes.
A voz dela e a
certeza de que tinha invadido sua mente o incomodaram bastante, ele sentiu medo
como há muito tempo não sentia, até onde se lembrava a rainha das fadas era uma
inimiga do céu.
Mas isso foi há
muito tempo atrás e ele agora precisava de ajuda para vencer uma batalha maior,
depois poderia vir aquela cidade e eliminar todos os inimigos dos anjos.
O pano da liteira
se abriu e uma criança aleijada foi posta em uma cadeira de rodas feita de
madeira com finos tecidos recobrindo o trabalho de um artesão habilidoso ao
copiar as formas do engenho humano.
O anjo ficou
espantado ao ver aquela cena, conhecia as lendas sobre a rainha das fadas, não
esperava ver uma pequena e frágil menina, que não tinha mais do que cinco anos
de aparência.
_ Todos que leram
Arthur pensam que sou a bruxa má! Ela disse e riu até tossir e sair sangue de
seu nariz.
_ Você deve pensar
grande açougueiro dos anjos que eu não pareço ser um perigo, sendo apenas uma
criança, mas lembre se do que seu general sempre lhe dizia: “Nunca subestime a
um inimigo”.
_ Eu entrei em cada
pensamento seu, sei cada fraqueza sua, sei da ira que atiça os querubins ao
combate, e sei muito bem que quanto mais esse fogo se inflama dentro de você
menos cuidadoso fica.
_ Sua ação trouxe
de volta uma praga aos homens e anjos e só por isso estou aceitando recebe – lo
aqui. Não pense que achará novamente a entrada dessa cidade quando sair dos
muros.
_ Nossa
sobrevivência nos tempos sombrios, onde a humanidade se tornou escrava das
máquinas, depende justamente de nos mantermos em segredo.
_ Você sabe disso
afinal por causa da sua identidade secreta a serviço dos arcanjos abandonou a
única humana que um dia te amou!
Ele se sentiu fraco
diante daquela afirmação, tinha se esforçado para esquecer aquela história, por
que ela doía mais do que qualquer ferimento, mais do que qualquer escala de dor
inventada pelos humanos.
A dor fez as
memórias voltarem e por alguns instantes ele se lembrou de tudo:
Mongólia – reinado
de Gêngis Khan
Abdiel tinha sido
enviado para aquela região afim de caçar um antigo demônio chinês que estava
causando uma praga. Tinha vagado como peregrino oferecendo seus serviços para
quem pagasse mais, assim acabou se tornando um conhecido matador em toda aquela
região.
A província de Sun
estava tendo problemas com uma horda de mongóis liderados, montados em cavalos
que disparavam flechas mais rápido do que um raio, a muralha contra eles ainda
não estava pronta e precisavam de alguém que matasse seu líder e fizesse um
grande estrago nas fileiras, dando tempo para que a defesa terminasse de ser
construída.
O escolhido foi o
forasteiro Abdiel que já tinha mostrado seu valor para o imperador da região
cometendo pequenos assassinatos que limparam a região de rebeldes que queriam
retirar lhe do poder.
Ele aceitou a
proposta e levou um grupo para as estepes, atravessou a montanha e chegou num
pequeno vilarejo, espalhou a notícia de que eram dissidentes e ajudariam as
tropas de Khan a chegarem a China mais rápido.
Logo isso chegou
aos ouvidos do líder mongol que mandou para lá uma comitiva e o levou até a sua
capital, onde ele foi interrogado e entregou um plano falso que faria o
exército enviado até a China ser destruído.
Mas no palácio ele
descobriu Shien Zei, uma concubina do imperador, ela era linda como uma noite
de luar, pele macia como uma flor ao desabrochar, corpo delicado e um sorriso
sincero e verdadeiro.
O amor entre ela e
o soldado surgiu de maneira intensa. Mas tudo acabou dando errado, o demônio
tinha ido para a corte e conseguiu mostrar a verdade ao imperador, forçando
Abdiel a fugir da cidade, pelos esgotos.
Não levou sua amada
por que sabia que não tinha tempo a perder, o imperador tinha levado o infame
demônio para seu palácio de inverno próximo ao mar. Seu dever para com os anjos
era maior do que o amor dela a quem jurara, no início daquele dia, amar para
sempre embaixo de uma árvore, antes do demônio que ele caçava mostrar seus
planos ao líder dos mongóis e fazer com que ele fosse levado para a prisão e
todos os soldados sob seu comando acabassem mortos.
Ele escapou por que
sabia enganar a mente humana, e assim enganou o guarda usando sua aura de luz
para que ele ficasse cego perante a potência divina.
Só mais tarde
quando matou o demônio numa batalha que abalou as estepes e fez rachar aquele
solo seco é que ele soube o fim dado a sua amada.
O imperador a
considerou impura por ter jurado amor a outro homem e mandou que a queimassem
viva e servissem os pedaços as demais concubinas e esposas que deveriam comer a
carne como prova de amor a ele ou serem mortas.
Quando soube
daquilo, o guerreiro se ajoelhou na Terra e chorou, sua angústia era tão grande
que nada mais importava, os céus, a Terra, ele pela primeira vez sentia algo
que os humanos chamavam de angústia, de dor, de remorso.
A sua ânsia de
servir aos celestes tinha lhe tirado a única coisa de bom que ele tinha
conseguido desde a sua vinda para Terra antes do dilúvio.
Ele sabia os nomes
de cada planta, conhecia cada antiga cidade, era um lutador exímio em qualquer
tipo de arma, mas do que isso lhe adiantara? Não tinha conseguido salvar aquela
que tanto amou!
Por fim a criatura
tinha sido derrotada, mas levará consigo a vontade dele lutar, a sua potência
divina se apagou e ele saiu dali e não foi visto por quase cem anos, vagava
agonizando entre cidades, não tinha mais o corpo musculoso, se tornou um
peregrino que vagueou pelos continentes até reencontrar seu caminha na África,
muito tempo depois da morte de sua amada, quando ele vagava pela floresta e
ouviu uma mulher gemendo no meio do mato, correu até ela e viu que tinha sido
atingida por uma arma e estava próximo a morte, em seus braços ainda carregava
uma pequena criança, ligada pelo cordão umbilical que chorou perante ao anjo.
Aquele gemido do
recém nascido atraiu para lá a causa daquela morte, dois caçadores europeus,
portando mosquetes tinham matado a mulher que fugiu de um navio negreiro. Eram
Portugueses e ao ver o mendigo um deles lhe chutou a cara enquanto o outro ria
vendo a agonia da criança e num momento de sadismo puxou uma faca e preparou
para rachar lhe o crânio, quando recebeu uma pancada.
O anjo tinha
arrancado em segundos uma árvore inteira e tinha acertado na cabeça do homem
que morreu esmagado ali, sem esboçar nenhuma reação.
O outro soldado, só
não morreu na mesma hora por que pulou e desviou do ataque, mas antes que
pudessem atirar foi atacado com vários socos pelo mendigo que o deixou as
portas da morte.
A criança estava
fraca, ele cortou o cordão e orou a Deus para que não deixasse aquele pequeno
recém nascido morrer.
Foi caminhando até
chegar a uma vila, onde entregou a criança em um hospital. Dias depois chegou a
notícia que dois homens da armada real tinham sido mortos e se não fosse entregue
o responsável por aquilo, o governador tinha dado ordens para matar todos os
responsáveis, começando por aquela vila.
O pânico se
instaurou, ninguém sabia de nada, a criança que Abdiel salvará tinha escapado,
era uma menina e ele pediu que a chamassem de Redenção e assim foi feito.
Ele viu a tristeza
daquela gente humilde que se via ameaçada de morte e partiu para a capital,
quem olhasse em seus olhos agora não veria mais um anjo caído pela dor, mas
alguém furioso pela miséria que via ao seu redor.
No caminho, ele
devastando os domínios portugueses, em especial os portos, libertava todos os
cativos e os mandava fugir dali.
O prejuízo naquelas
semanas em que ele caminhou por aquele território foi imenso, o mercado de
escravos ficou completamente paralisado e o rei da região estava sendo
pressionado a agir mais duramente contra as notícias de um mendigo que estava
aglutinando um exército para lutar contra os colonizadores.
Mas não houve tempo
para uma reação, a fortaleza real foi atacada e todo o império ruiu, o mendigo
que liderava as tropas, não foi mais visto, nem a criança que por toda sua vida
foi cuidada como uma filha por aquele homem e se tornou uma grande sábia,
terminando seus dias em uma tribo na África Ocidental.
A escravidão não
acabaria ali, mas daquele momento em diante, os portugueses não se arriscavam
mais a dominar o território, apenas compravam e vendiam os escravos, tomando o
máximo de cuidado para proteger suas embarcações.
Arcádia – Dias
atuais.
As lembranças
vieram muito rápido e quando ele voltou a si, tinha se passado quase um quarto
de hora, estava deitado no chão da praça, a cabeça doía.
Morgana continuava
sentada ali, tinha no rosto um leve sorriso, tinha feito um angelical cair a
seus pés, tinha conseguido vence – lo. Viu quando ele se levantou e caminhou
até atrás de uma árvore, onde soltou o vômito que tinha e se reaproximou, mas o
que ela não sabia é que tinha despertado sentimentos mais fortes dentro daquele
alado que avançou contra ela e a lançou contra uma das colunas do templo.
_ Por quê? Você
reviveu esse tormento! Bruxa! Ele gritava enquanto avançava batendo em guardas
e fantasmas que defendiam aquele lugar.
No mesmo instante a
criança frágil e indefesa foi se transformando, as pernas crescendo, o rosto se
enchendo e os traços se tornando femininos, até ela se tornar uma mulher, as
roupas se romperam no processo e ela avançou até o alado completamente nua
dizendo:
_ Queria te
torturar antes de te ajudar, os alados mataram Arthur, envenenaram o sonho de
Camelot e eu precisava me vingar um pouco em você, comandante Abdiel, líder da
legião escarlate, dos assassinos angelicais.
A voz dela
conseguiu para – lo, agora as coisas estavam claras, ela queria lhe causar mal
e tinha conseguido, não precisava mais respeitar paz alguma. Com aquela
revelação ele poderia simplesmente matar ela do jeito tradicional, sem
diplomacia ou acordos.
Sua velocidade era
incomparável, os guardas da cidade, mal conseguiam se movimentar com os escudos
para formar uma linha de defesa entre o guerreiro e a rainha.
Eles até tentaram
defende – la, mas não eram tão treinados na arte do combate, sua técnica apesar
de apurada foi facilmente vencida, quando o guerreiro pulou em cima dos escudos
e num salto se lançou contra a feiticeira que não esperava por aquele ataque
enquanto conjurava um ritual para matar o celeste.
As mãos dele
avançaram contra seu pescoço e a lançaram para os céus, no mesmo instante abriu
suas asas e tomou um impulso imenso e antes que algum dos guardas pudesse tomar
qualquer reação, ele trespassou a rainha das fadas ainda no ar. Sua arma varou
o corpo da mulher, cravando até o punho da espada.
No mesmo instante o
sol daquela terra se tornou em noite e uma tempestade começou a se formar, as
nuvens foram se adensando, enquanto ele ficou ali parado olhando a agonia de
Morgana vendo a vida se apagar. Ele sabia que ela voltaria, aquela bruxa tinha
bebido da fonte essencial e não havia meios para mata – la, mas era divertido
vê – la sofrer, ver as reações no seu rosto, as suas tentativas de balbuciar
palavras. O angelical estava se deliciando com uma vingança, nem notou quando
as nuvens se avolumaram até se tornarem em um dragão que parecia dominar todo o
céu da cidade das fadas.
O celeste só se deu
conta do novo inimigo quando foi atingido por um raio e caiu junto com a bruxa
ainda espetada na espada, a energia daquele golpe era muito mais forte que um
raio comum, fritou a borracha das botas, e reduziu as cinzas boa parte das
roupas que o anjo trazia, mas pior destino teve Morgana que estava com o metal
angelical da lâmina trespassando seu corpo, acabou reduzida a uma poeira que
subiu pelos céus e sumiu.
Abdiel ao cair no
chão desmaiou, a pancada foi tão forte que afetou seu cérebro e quando levantou
ele não conseguia mais enxergar.
Sua visão estava negra
e ele só conseguia ouvir os sons, a confusão nos seus sentidos era tremenda.
Ele tremia de medo, suas pernas estavam fracas e a confusão na mente era tão
forte que teve vontade novamente de vomitar, mas não tinha mais nada no
estômago que pudesse lançar para fora, estava fraco e caiu no chão, trêmulo e
sem forças.
Alguns minutos
depois as nuvens em forma de dragão, lançaram novamente um raio, mas desta vez
não era uma descarga de energia, mas um transporte entre dimensões lançou
naquela terra uma mulher, vestida com vestes de monge, completamente negras, o
rosto vinha encoberto por um capuz e uma máscara antiga do teatro, que
representava a fúria e era isso que aquela mulher tinha se tornado.
Ela correu até o
anjo, seus braços eram enrolados em fitas negras e enquanto ela corria aqueles
adereços se desprendiam dos braços e iam apodrecendo até mesmo nas pedras do
calçamento,
Quando chegou
próximo ao celeste ela usou aquelas fitas como armas, levantou ele do chão, no
local onde tocavam a pele ia apodrecendo e a dor consumia o anjo que acordou da
apatia.
_ Shien Zei, lembra
se dela? A idiota que se apaixonou por um anjo! Ele gritava quando ela disse
isso e tirou a mascara, o rosto ainda era o mesmo, mas as marcas eram profundas
e intensas.
_ Ainda sou bonita
anjo? Atraente? Esse é tratamento dado no inferno para quem morre queimada,
como eu fui por sua causa, maldito.
Ao terminar de
dizer essas palavras, ela sabia que o fim dele estava próximo, mas não esperava
que uma flecha disparada do alto de um prédio pudesse solta – lo de seu abraço.
O céu da cidade das
fadas estava cheio de anjos, todos vestidos com o emblema da legião dos
assassinos.
_ Lembre se do meu
nome, e saiba que eu vou voltar para terminar isso. E sumiu se unindo a
escuridão.
Os angelicais desceram
até aquele solo e levaram o anjo com eles.
O veneno daquela
assassina tinha sido muito forte e mesmo as mais potentes magias de cura não
tinham sido capazes de ajuda – lo.
Seu corpo tinha
absorvido parte do mal e agora corria em suas veias, misturado ao seu sangue
aquela praga.
Os efeitos no corpo
dele seriam imprevisíveis, talvez letais em longo prazo, ninguém sabia o que
esperar, mas agora que o mundo estava no fim, precisavam mais uma vez daquele
que já foi chamado de o maior assassino dos céus!
A besta de sangue
criada por Skasai tinha entrado no mar e desaparecido, e desde então o portal
com o mundo dos mortos tinha sido reaberto e milhares de humanos estavam
ficando loucos ao verem leviatã passeando novamente nos oceanos da Terra.
Um dos quatro cavaleiros
foi avistado na África e a besta de nove cabeças acordou no Oriente.
Era preciso entrar
em combate para impedir que o Juízo final começasse e a legião escarlate tinha
que agir. Mas sem Abdiel, eles eram um corpo sem a cabeça.
Ethiel, Dommun, Methai, Doskia e Mannet. Eram os que ainda
restavam da legião, além de Abdiel, guerreiros implacáveis, capazes de tudo
pelo dever e tiveram sorte de encontrarem seu líder, após o mensageiro mandado
pelos arcanjos falhar ao encontra – lo no endereço onde ele morava.
Ethiel e Dommum,
tomavam conta do líder, na fortaleza dos anjos, tinham ordens para avisar aos
arcanjos sobre qualquer mudança em seu estado de saúde.
Enquanto esperavam,
começaram a conversar:
_ Tudo está ruindo,
posso sentir que a hora da batalha final está chegando, Dommum.
_ Que bom! Espero
por isso há tempos! Tenho um demônio com o qual preciso acertar as contas.
_ Você realmente é
um guerreiro burro, não é atoa que te tomaram como representação de Thor.
Baixo, ruivo e com um machado e sem nenhuma idéia na cabeça.
_ É fácil para você
falar, Ethiel, ninguém ataca mulheres, mesmo quando elas usam arcos e disparam
essência celeste para destruir as sombras.
_ Isso não é forma
de guerrear, a batalha é cara a cara, com sangue escorrendo e alguns ossos quebrados,
matar a quilômetros de distância como você faz, é digno dos ratos ou de aves,
mas não de soldados.
_ De soldados que
não usam a cabeça, até pode ser Dommum, mas aqueles que sobrevivem preferem ter
cobertura de alguém que atire a distância para lhe proteger. E ao terminar de
dizer isso, riu. Deixou Dommum zangado e este saiu para pegar um ar, na verdade
queria treinar um pouco contra os novatos, mesmo que fosse só com as mãos, era
um briguento incorrigível e ficar parado era algo para fracos e estudiosos,
duas classes que ele desprezava.
Ethiel ficou
sozinha na entrada, quando ouviu um barulho vindo do quarto, entrou correndo e
viu Abdiel vomitando sangue negro em jorros ininterruptos.
Ela gritou pedindo
auxílio e no mesmo instante apareceram vários ofanins, anjos de cura e proteção
que cercaram a sala e a tiraram dali.
Quando saíram
disseram apenas que ele de algum modo tinha se limpado do veneno e que iria
melhorar.
Enquanto isso no
inferno, no castelo de Apollyon.
_ Perdição, minha dileta perdição, você fez um bom trabalho, jogando Abdiel numa doença forte, sem ele a legião não fará nada e eu terei tempo para vencer o inferno e a terra e assim me preparar para ascender como o supremo comandante que irá marchar à frente das tropas, na tomada do paraíso.
_ Perdição, minha dileta perdição, você fez um bom trabalho, jogando Abdiel numa doença forte, sem ele a legião não fará nada e eu terei tempo para vencer o inferno e a terra e assim me preparar para ascender como o supremo comandante que irá marchar à frente das tropas, na tomada do paraíso.
Uma jovem escondida
atrás do capuz apenas acenou com a cabeça positivamente enquanto o demônio
continuava falando:
_ E quando eu me
tornar o líder, você terá o corpo e alma do Abdiel para se satisfazer em sua
vingança.
_ Agora vá minha
querida agente e cumpra seu papel, é preciso eliminar mais heróis para que os
humanos estejam fracos quando o mal vier sobre eles.
Ela novamente
acenou com a cabeça e sumiu como uma sombra, enquanto seu mestre olhava por
toda a Terra, através de um espelho de almas impuras.Marcos Ferro
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