quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Disponível para venda, HQ MUNDO DAS TREVAS #1

Uma história surreal envolvendo diversas mitologias, crenças e seres assombrosos, apresentando como protagonista, Abdiel, um anjo caído que vaga pela terra desde a época da extinção dos dinossauros e luta para recuperar seu lugar no céu, combatendo demônios e diversas criaturas malignas enviadas por Lúcifer para aterrorizar a humanidade.

Criação, roteiro e artes de Robson Marone
Produção RmA FANCOMICS

Edição Colorida
Formato: 14x20
Páginas: 24
Preço: R$ 13,00


Edição P&B
Formato: 14x20
Páginas: 24
Preço: R$ 6,00


Edição Digital
Formato: Arquivo PDF (.pdf)
Páginas: 28
Tamanho: 18,0 MB (18.923.247 bytes)
Preço: R$ 5,00


Brinde: Mini Pôster com a arte original da capa (Edições Impressas)
 

Frete: R$ 7,00

Para mais informações acesse:
https://www.facebook.com/mundotrevas 

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Espíritos Sugados - Um conto sombrio de Marcos Ferro !

Passeando pelas ruas novamente vi vários jovens usando seus celulares próximos ao rosto. Na tela apareciam pequenos monstrinhos. A mente deles saía da realidade e todos pareciam felizes e contentes, enquanto isso o programa sugava a energia dos seus usuários. Os antigos tinham um ditado, os olhos são as janelas da alma, aquilo que vemos enche nosso espírito e molda nossas realidades. Aquilo que prende sua atenção prende seu corpo, sua mente e seu espírito. Caminhava pelas ruas olhando o movimento dos carros, a cidade pulsava tanto materialmente quanto espiritualmente e os celulares daqueles jovens estavam sugando os. Crianças em um parque já estavam quase secas espiritualmente, de tanto olhar para a tela do celular, enquanto seus pais estavam felizes e satisfeitos de as verem quietas e caladas, como seria se soubessem que seus filhos e até eles próprios viraram gado? Eu não iria me intrometer, eles escolheram viver com as máquinas, escolheram serem escravos de mundos virtuais, que arcassem com sua própria ignorância. Diversas ordens de magia, poderiam estar por trás desse aplicativo que virou febre mundial, nenhuma delas usaria a energia dos jogadores para algo positivo. Possivelmente um grande pacto com demônios pudesse estar sendo feito, nas escondidas, mas se eu dissesse isso para alguém seria tratado como maluco. Os humanos comuns, estão perdendo sua essência, vivem pelas máquinas, são escravos delas há muito tempo. Muitos até duvidam da existência do mundo espiritual, tão cheios de si que ousam afirmar que só há um mundo, aquele que podem tocar. Criaram sobre seus olhos uma venda que os impede de ver a verdade. Foi no fim da idade média, a renascença fez o homem ficar arrogante, fez todos se sentirem o centro do mundo, ousou criar uma filosofia cujo centro era o próprio homem, o barro chamando a si mesmo de deus. E de lá para cá tudo piorou, a mente da maioria é fechada até para a própria vida, vivem no automático, sem sonhos, sem imaginação. São apenas máquinas com um coração que pulsa friamente. E daí que as crianças vão perder seu espírito? E daí se vão ser apenas escravos de novas ordens mundiais? Eles escolheram isso, e eu sigo apenas meu caminho, vivendo em paz na selva de pedra.

Conheça mais do trabalho de Marcos Ferro, criador de Histórias do Paradoxo, confira no link baixo!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Mundo das Trevas #1 - Edição Digital


HQ Mundo das Trevas #1 - EDIÇÃO DIGITAL
Uma história surreal envolvendo diversas mitologias, crenças e seres assombrosos, apresentando como protagonista, Abdiel, um anjo caído que vaga pela terra desde a época da extinção dos dinossauros e luta para recuperar seu lugar no céu, combatendo demônios e diversas criaturas malignas enviadas por Lúcifer para aterrorizar a humanidade.

Criação, roteiro e artes de Robson Marone
Produção RmA FANCOMICS
Formato: Arquivo PDF (.pdf)
Tamanho: 18,0 MB (18.923.247 bytes)
Preço: R$ 5,00

Para mais informações acesse o link abaixo:
https://www.facebook.com/mundotrevas

quarta-feira, 27 de julho de 2016

terça-feira, 31 de maio de 2016

Sonho que vai virar HQ !

Uns meses atrás tive um sonho, estava caído perto de um monte e trajado como um soldado da segunda grande guerra, haviam vários corpos de soldados no chão, era noite e tinha uma certa neblina. No cume desse monte eu via o protagonista da minha hq Mundo das Trevas, o anjo caído Abdiel e o Comandante personagem do grande amigo e quadrinista independente Ruan Victor, os dois estavam lado a lado levantando armas como se fosse um gesto de vitória e conquista. Pela manhã fiquei pensando na imagem do meu sonho e uns dias depois entrei em contato com o amigo Ruan Victor e lhe disse o que tinha sonhado, dei a ideia original para uma hq, no momento o roteiro está sendo escrito por Ruan que também vai desenhar e eu vou contribuir com a arte da capa e a produção, vem uma grande aventura aí ! 

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Croatoan - O demônio do Novo Mundo !

Um demônio indigena poderoso desvastou uma colonia inglesa nos primordios da colonização americana e o Vingador Sagrado Abdiel terá que destruí-lo para libertar as almas dos antigos colonos. Breve em Mundo das Trevas!


Conheça a história da colonia de Roanoke que virou uma lenda do folclore americano, confira no link abaixo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B4nia_de_Roanoke

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Novo parceiro sinistro !

Fique por dentro dos lançamentos sobre filmes, séries, livros e games com o professor AJ Moraes autor do livro Renato e a Transladação.
http://professorarmandomo.wix.com/oraculodoaj

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Mundo das Trevas #2 começou a ser desenhada !

Boa noite galera que curte o universo das trevas, hoje começou a produção da MdT #2. Vem aí mais ação e personagens mitológicos do Brasil e do mundo em combates super sangrentos!
Criação, roteiro e artes de Robson Marone
Produção RmA FANCOMICS

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Magia não é assunto para crianças.

João apesar da pouca idade era fascinado por bruxas, feitiço e toda sorte de brincadeiras que envolvessem o mundo dos mistérios. Sua família bem que tentou dissuadi – lo desse interesse, mas a proibição teve apenas o efeito de aumentar ainda mais o seu interesse pelo assunto.
Quando fez cinco anos ele aprendeu na escola a usar o computador e começou a pesquisar tudo o que podia sobre o tema, logo se tornou um mágico amador bastante competente e começou a ganhar moedas para fazer truques com moedas e bolinhas, mas isso não era o bastante, ele estava realmente interessado em conhecer mais a magia e resolveu fazer algo que todos não aconselhavam: O jogo do copo.
Era um ritual antigo para chamar espíritos que nos dias atuais tinha se convertido numa espécie de brincadeira para jovens intrépidos e estúpidos. No passado esse feitiço era usado como forma de barganhar com seres que já morreram a fim de conseguir algum benefício e já teve efeitos catastróficos, causando vários casos de mortes sem motivo e internações em hospitais psiquiátricos.
Mas essa parte não era descrita na internet, apenas mostravam a parte legal, e assim João resolveu tentar. Preparou toda a cena necessária, colocou os copos em cima de uma mesa, tarde da noite após os pais terem ido dormir.
Começou a invocar diversos nomes místicos até que por fim perguntou se havia algum espírito na mesa e os copos se moveram e passaram por cima das letras correspondentes a palavra sim, colocadas em cima da mesa.
_ Posso conversar com você? O garoto perguntou sem vacilar a voz, mas com o coração quase saltando pela garganta.
_ Sim, mas você vai se arrepender se continuar. O copo se moveu formando a frase.
O garoto ignorou o aviso e perguntou: _ Me diga seu nome?
_ Jack, os copos se moveram e no mesmo instante a vela se apagou. Alguns minutos se passaram e o garoto já estava removendo os itens para não ser pego pelos pais e acabar de castigo, quando começou um grande alvoroço no quarto da pequena Sofia, a irmã mais nova de João que tinha apenas dois anos.
Os pais correram para o quarto do bebê que ficava ao lado e quando lá chegaram encontraram o corpo da filha completamente esquartejado e uma inscrição na parede ao lado dizia:
_ Obrigado João, você me libertou do inferno! Assinado: Jack o Estripador.
A mãe da criança ficou horrorizada, acabou morrendo em estado de coma profundo, os médicos diziam que a cena tinha sido muito traumática e era provável que a mente dela jamais se recuperasse.
O pai nos meses que se seguiram passou a beber e quase nunca ia a casa, dizia ter medo do filho, falava que o garoto tinha feito um pacto com o diabo e entregará a irmã para ter alguma coisa em troca.
A criança quando soube do ocorrido ficou em pânico, o pai ao vê – lo lhe deu um soco e saiu carregando a esposa para o hospital, os vizinhos o insultaram, até mesmo sua avó tinha o chamado de maldito.
Nada fazia sentido, vez ou outra o pastor amigo da família vinha até a casa, lhe dava alguma comida, orava, e ia embora. Sempre que ele voltava da escola a polícia passava na porta, até que numa noite a voz de um homem o chamou do lado de fora.
_ Venha João é hora de você se tornar o maior mágico que já existiu!
Interessado em aprender ainda mais, ele abriu a porta, no mesmo instante não havia ninguém na rua, apenas um cachorro de olhos vermelhos. O garoto tentou correr e fechar a porta, mas o cão num pulo caiu em cima dele, impedindo o de se mover.
No instante em que a fera lhe paralisou uma voz entrou em sua cabeça e disse é hora de receber o pagamento pela sua invocação garoto! Não tenha medo afinal você me invocou!
E no mesmo instante a pele da pequena criança ia queimando e pela boca dele o cão ia despejando fogo, mas não para o corpo, mas para a alma. Tudo em magia tinha seu preço e aquelas palavras que ele usará para conjurar o copo eram na verdade um pacto demoníaco para dar a alma dele em troca da liberdade de um prisioneiro, dando até a especificação de quem queria que fosse solto, um assassino que tivesse matado a própria mãe, um dos crimes mais nefastos para a alma, que torna o ser que o comete um pária eterno.
A polícia encontrou o corpo do garoto incinerado na porta da casa, o pai foi avisado e logo que se recobrou da bebedeira comprou gasolina em um posto e embebedou todo o lugar, não deixou nada sem ensopar e depois quando estava do lado de fora acendeu um fósforo e jogou dentro da casa, que no mesmo instante se incendiou.
O homem acabou preso, foi para a igreja, e sempre contava essa história para crianças que gostavam de magia.

Marcos Ferro

domingo, 7 de fevereiro de 2016

sábado, 16 de janeiro de 2016

Marcos Ferro nos brinda com uma grande aventura do anjo caído ABDIEL.

 

O Anjo de Sangue.

Babel - Princípio dos tempos.
A construção de uma torre profana é vista pelos anjos no mais alto dos céus.
Deus em sua glória não gostou daquela blasfêmia e resolveu punir separando os homens em várias línguas.
Mas o rei da cidade, reuniu todos seus feiticeiros, queria conseguir uma força para trazer de volta os homens que partiam para outras terras.
Uma criatura que fosse capaz de escravizar os homens se fosse necessário.
Naquela época a necromancia era uma arte poderosa, magos do mundo inteiro conheciam os segredos das trevas e Shaksai, um africano que teve a língua cortada quando capturado para trabalhar a serviço do rei, resolveu mostrar seus poderes e ali na frente de todos, cortou seu dedo com um punhal feito de ossos bem afiados.
A gota de sangue que caiu não desceu ao chão, ficou parada ali na faca e ele foi usando a para dar forma a uma criatura, o rei vendo aquilo ordenou que todos os seus magos ajudassem ele naquela tarefa e em poucos instantes a pequena gota de sangue era uma força poderosa, uma criatura alada feita de más energias.
Um anjo negro, uma besta primordial criada para caçar anjos e seus seguidores na Terra. Deram ao monstro o nome de Shar Uruk, que na língua primordial era algo como o matador dos inimigos.
Mas o que eles não contavam é que na hora final antes de terminarem a moldagem daquela besta o mago que começara colocou na arma uma magia de controle que tornava a criatura completamente inofensiva sem aquela poderosa espada.
Quando terminaram a criação, o rei mandou que trouxessem as mais pesadas armas e cingissem o novo guerreiro como um membro da guarda de elite.
Um capacete foi feito afim de esconder seu rosto e sua cota de malha pesada lhe protegia até mesmo a seus antebraços, impedindo que os homens vissem a face dele e fugissem com medo.
Dias depois foram enviadas as legiões que restaram na cidade para recuperar os povos que ali trabalharam na torre que agora jazia em ruínas, expondo o centro da cidade como uma chaga ainda aberta.
O rei queria que terminassem sua grande obra, pois já sentia o fim se aproximar, tinha mais de 200 anos e seus dias estavam se acabando. Não tinha herdeiros e queria ver sua grande obra durar para sempre.
Semanas se passaram antes que alguns homens voltassem trazendo uma tribo no sul, que tinha sido recém instalada, só traziam mulheres e quando o rei lhes perguntou o por que nem mesmo as crianças tinham sido poupadas, o chefe da pequena guarnição apenas disse:
_ O líder dos pelotões matou a todos os homens, poupou somente as mulheres jovens, até mesmo as velhas foram abatidas como gado.
O rei viu no rosto do soldado um certo desagrado ao falar do que tinha presenciado, mas não entendeu que sua criatura estava saindo do controle, apenas sorriu e disse:
_ Então como vocês me trouxeram estas belas donzelas eu as presenteio a vocês, meus valorosos soldados, tenham filhos! Disse ele gritando para os homens que sorriram timidamente e saíram dali antes que a bondade fosse desfeita.
E assim duas vezes por mês chegavam escravas ou notícias de pilhagens e destruição. A legião enviada já estava com mais de trezentas batalhas sem saber o que era derrota e chegaram relatos ao rei que o guerreiro criado por magia tinha derrotado a um querubim em batalha.
Mas a medida que as vitórias chegavam a vida do rei escorria pelos dedos de todos e os magos começaram a conspirar para saber quem iria governar.
Tentavam agrada - lo ou amedronta - lo, Skasai no entanto não fazia parte de nada disso, preferiu desaparecer nas trevas da noite.
Não foi encontrado em parte alguma do palácio, e naquela mesma noite o rei faleceu, descobriram tarde que o mago criador da besta estava envenenando o rei com um tipo raro de veneno que mata lentamente, apodrecendo os orgãos da vítima sem que essa se dê conta.
Como peregrino ele viajou vendo o que sua criação tinha espalhado pela terra: Miséria, destruição e ódio.
Todos os lugares viviam com medo, alguns tinham abandonado suas cidades e passados a viver nas cavernas, tal como os animais fazem.
Ele perseguia sua criação e a encontrou na planície do Sinai, estava em cima de um monte quando viu o seu guerreiro se degladiando contra uma legião de querubins, as espadas brandiam no ar e os choques fendiam a terra, causando terremotos e vulcões.
O confronto era intenso e os anjos pareciam apenas querer cansar ao destruidor, distraí - lo. Até que num instante, um anjo vestido com um peitoral de prata pulou no pescoço da criatura e lhe cortou a cabeça.
O corpo no mesmo instante começou a se dissolver e antes que o fim se desse a espada saiu voando e parou nas mãos do mago que com todos os seus poderes abriu um portal entre as diversas dimensões que circundam os universos da magia e tinha se perdido até então.
A busca da relíquia.
Itália - Dias atuais.
A cidade de Roma carrega consigo o peso de ter sido um grande centro de morte e dor, pessoas se divertiam no Coliseu, vendo a morte de prisioneiros no Coliseu a terrível ode a barbárie vestida como civilização.
Ali no meio daquele teatro de carnificinas ainda estavam as almas de alguns derrotados, vagavam sem paz, seus corpos tinham morrido sem perdão, longe dos ritos e dos funerais e tinham ficado ali para sempre.
Um milionário que queria a imortalidade pagou para todos os magos do mundo encontrarem um local com grande força espiritual.
Queria conjurar uma magia antiga que tinha conseguido após comprar por meios ilegais um pergaminho muito raro, no Irã em troca de armas químicas para terroristas.
A autenticidade do documento já havia sido checada e ele pagou para os maiores peritos em línguas antigas do mundo traduzirem aquilo e os matou após para que ninguém mais soubesse da sua grande descoberta: O pergaminho da vida eterna, um tomo de magia de um mago babilônico que sobreviveu em uma antiga biblioteca em Teerã salvo da revolução dos anos de 1970 por um arqueólogo iraniano que colocou o junto com outros papéis dentro de uma tumba que eles consideravam ser do terceiro califa.
Ele descobrira esses segredos perdidos após fazer contato tanto por meios legais quanto pelos ilegais, tinha oferecido grandes somas para quem lhe trouxesse pergaminhos legítimos da antiguidade.
Os que não lhe serviam, vendia para museus e assim conseguia mais dinheiro para financiar suas compras. Não que precisasse, afinal era um investidor, filho de um grande proprietário de jornais que tinha ao seu dispor somas em dinheiro e ouro que muitos governos nem sequer sonhariam.
Os seus místicos lhe mostraram o centro de poder no meio do Coliseu, ele rapidamente se dirigiu para lá, corrompeu todas as autoridades necessárias, mandou seus contatos na máfia russa lhe arrumarem sacrifícios humanos nos moldes que o escrito exigia: “Uma mulher pura, uma criança, dois homens e um velho sábio.”
Quando pousou na Itália tudo já estava preparado, a viagem durou quase quatro horas de sua ilha no Caribe até o aeroporto internacional de Roma.
A limusine do seu jornal na Itália estava lhe esperando e uma suíte no hotel mais caro da cidade estava a sua disposição.
Ele apenas dormiu um pouco, não tocando na comida e nem bebendo nada, tinha de se manter limpo para conseguir o que tanto almejava.
Quando anoiteceu ele saiu rumo ao Coliseu, tudo estava preparado do jeito que ele ordenará. Nenhum dos homens no entanto notou que na fileira mais alta um homem vestido com roupas simples observava tudo a distância, carregava nos bolsos uma pistola e nas costas se via uma grande espada, de estilo celta, usada com as duas mãos, não era possível distinguir o metal de que era feita, pois não tinha sido forjada na Terra, mas nos céus, onde há muito tempo aquele anjo renegado tinha sido treinado até se tornar um anjo da punição.
Uma classe execrada pelos Ofanins, os também conhecidos anjos da guarda, eram guerreiros que tinha toda sua força divina voltada somente para a antiga arte do assassinato, eram máquinas de matar, brutais e simples, mandadas para a Terra afim de tratarem com demônios e outros perigos para a humanidade e aos céus.
Ao longo da história poucos tinham durado, muitos haviam falecido durante as grandes guerras, vitimados em explosões aéreas de bombas enquanto lutavam nos campos de batalhas.
Abdiel era quem estava ali apenas olhando aquilo tudo, estava em Roma, seguindo um mafioso que matava pessoas trabalhadoras e honestas na cidade, quando se deparou com algo que fez seus sentidos místicos se expandirem.
Era um ritual antigo que eles tentavam invocar. Pensou em matar logo aquele que se vestia como um místico antigo, mas resolveu ver no que daria. 
Pensou que se desse errado ele poderia lutar com alguém ou algo mais digno do que os criminosos, queria caças maiores e então esperou pegando a espada e deixando no seu colo.
O ritual prosseguia as pessoas foram sacrificadas na ordem apresentada no pergaminho. Os cantos foram pronunciados e as almas dos mortos em combate começaram a se unir até se materializarem no mundo real na forma de um grande golem.
A criatura era como um guerreiro com vários metros de altura, o milionário foi morto assim que ela apareceu do plano espiritual, pisoteado pelo monstro que ajudará a criar.
Seus homens rapidamente debandaram, com medo daquela criatura, Abdiel no entanto ia pulando as fileiras de cadeiras, queria aquela luta, precisava daquele desafio para se sentir vivo.
A necessidade de adrenalina nos anjos da punição era tremenda, eles não resistiam a uma boa contenda, mas seus instintos não permitiam que lutassem com pessoas boas, apenas os criminosos lhes davam a felicidade e a vontade de viver que nos humanos é algo inerente.
A vida desses angelicais da morte era pautada no confronto e Abdiel há mais de cem anos não tinha uma luta que lhe deixasse cheio de adrenalina.
Quando chegou a última fileira de cadeiras, jogou fora o casaco pesado que usava para esconder as asas e pulou para o chão da arena, que ficava há pelo menos dez metros abaixo e segundos antes de cair no chão abriu as asas mantidas disfarçadas e saiu em posição de combate.
Empunhava a espada com as duas mãos e ia ao encontro do ser que não conseguia sair do Coliseu pois as almas que o formavam estavam ligados a estrutura física e então ficava rodando ao redor, dando urros e socando ao chão da arena que em alguns pontos já estava com grandes rachaduras.
As paredes construídas há séculos atrás começaram a ruir, devido aos abalos sofridos e quando o guerreiro e a besta se encontraram o choque entre eles foi tão grande que pôs abaixo todo o prédio histórico, deixando somente um terreno liso.
As sirenes de polícia podiam ser ouvidas bem perto e os helicópteros militares também estariam chegando. Os golpes da espada não pareciam surtir efeito, cada membro amputado caia e se tornava uma versão em miniatura da besta maior.
O anjo começou a se cansar quando teve de lutar com pelo menos vinte daqueles seres, acabou sendo jogado para fora e suas costas bateram contra um prédio causando um impacto tão forte que fez todos os vidros explodirem e fraturou as asas do anjo em vários pontos, fazendo com que sua respiração ficasse ofegante e suas vistas embaçassem.
Os monstros no entanto eram seres sem consciência e não queriam abandonar a batalha, então começaram a sair da arena e assim que pisaram fora dos limites do antigo Coliseu se dissolviam como poeira.
Quando a última criatura foi morta, uma sombra se abriu no meio do teatro das antigas batalhas, um esqueleto em um manto negro que ainda mantinha em suas mãos a espada com a gota de sangue mágico.
Abdiel se arrastou para fora dali, não percebendo que a criatura era na verdade um guardião para impedir a volta Skasai e sua terrível relíquia.
Só soube do que fora encontrado pela polícia em meio aos escombros dez dias depois quando seus ferimentos se recuperaram totalmente e ele pode sair da pensão barata onde tinha um quarto e ir comprar um jornal que tinha na primeira página:
“Relíquia encontrada no coliseu causa destruição e morte”
Uma análise de um corpo e uma estranha espada encontrados no coliseu, após um grave tremor sem causa definida que levou a sua destruição. Trouxe pânico ao museu de antiguidades em Roma, a doutora Barbara Michello, uma renomada especialista em múmias e cadáveres atacou vários dos seus colegas e saiu levando os destroços que estavam sendo analisados.
Os relatos dos sobreviventes diziam que ela atacou um dos seguranças, roubando sua arma e o matando a sangue frio e depois foi de sala em sala do laboratório onde as peças estavam e assassinou a sangue frio todos os seus colegas. 
Na mesma hora que terminou de ler a notícia, um frio passou pela espinha do guerreiro, ele conhecia a espada, já tinha lutado contra o portador daquela lâmina há muito tempo atrás e fora preciso uma legião de querubins para conseguir para - lo, nas planícies do Sinai, a besta que ficou conhecida no livro da vida como: o Anjo de sangue!
Para deter o fim do mundo.
O anjo ficou ali parado em frente a banca enquanto sua mente viajava até a antiguidade, onde ele comandava a legião escarlate, dos assassinos angelicais, a luta contra o destruidor que queria reviver Babel após a destruição dada pelo pai tinha sido tremenda e matara diversos soldados.
_ Agora essa besta está novamente a solta e a legião está espalhada pelos quatro cantos do globo, vivendo pequenas batalhas sem grande importância.
Conhecia o endereço de alguns, mas duvidada que se dispusessem a ajuda - lo, afinal eram apenas soldados, muito pouco treinados e se seu líder não desse conta que dirá eles.
Voltou para seu apartamento e abriu o armário de armas de onde pegou algumas que tinham poderes mágicos e uma corrente que colocou no pescoço, tinha sido banhada em magias para proteger contra feiticeiros por uma amiga sua, enquanto ele enfrentava o mago Rasputin, no ano de 1918.
Precisava andar rápido e de alguma ajuda para deter a criatura que tinha sido trazida de volta com a espada daquele guerreiro sanguinário.
Caminhava pelas ruas da cidade, pedindo que Deus lhe mandasse algum auxílio, quando viu num beco do outro lado, próximo ao mar, uma pequena garota que em uma das mãos carregava uma chama verde e olhava diretamente para ele.
Logo tentou atravessar a rua para segui - la, mas o trânsito ali naquele setor estava muito tumultuado, só conseguiu chegar ao lugar quatro minutos depois, mas foi tempo bastante para a garota ir mais adiante no beco, que agora de perto parecia mais com uma longa rua sem saída.
Abdiel correu até ela, mas quanto mais avançava na direção dela, a distância entre eles apenas se tornava maior.
Até que ele parou depois de correr quase dois quilômetros sem parar. De algum modo não estava mais em Roma e a moça que tinha chamado sua atenção agora era uma pequena fada que pousou no seu ombro e disse:
“Seja bem vindo inimigo do meu povo, iremos te ajudar na sua jornada, por que nossa líder deseja, caso contrário te deixaríamos louco por toda a eternidade, assassino”
_"E quem seria sua líder?” Perguntou o guerreiro, insatisfeito por ter sido enganado por aquela fada.
“ Morgana Le Fey, a rainha das fadas.”
A situação está péssima mesmo, eu com uma besta assassina sanguinária e só tenho a ajuda de fadinhas. Pensou ele soltando um longo suspiro de resignação e caminhando na direção que a pequena fadinha lhe apontava.

Avançar por aquela cidade, cheia de elfos, duendes e fadas lhe dava ânsia de vômito no estômago, aquelas criaturas doces e meigas estavam o tirando de sua missão por alguma bobagem sem sentido.
Detestava perder tempo, era uma máquina de matar, um estrategista preparado para qualquer campo de batalha, no entanto a raiva era seu ponto mais fraco.
Nunca sabia lidar com situações que exigissem tato e diplomacia, era um soldado treinado a exaustão em combate, mas não um político.
Aliás a classe que atua na diplomacia nos céus, os serafins, era tida como inimiga após a queda de Lúcifer, eram conhecidos como espiões e falsos que mantinham os arcanjos informados sobre tudo e todos.
Abdiel fechou o semblante enquanto andava pelas ruas, as mães recolhiam as crianças ao vê – lo, passar. O povo das fadas conhecia a fama de sanguinários que os anjos tinham e muitas daquelas crianças ouviam histórias amedrontadoras sobre o terrível Abdiel, o matador. Avôs contavam para fadas pequenas, os fatos que ouviam sobre um anjo que sozinho certa vez assassinou uma família inteira de dragões apenas para poder se banhar no sangue deles e assim curar uma ferida causada pela flecha de Apolo que acabou morto ao fim da batalha.
Essas crianças agora viam o heróis dos seus pesadelos ali frente a frente, as mais jovens ficavam paralisadas de medo, algumas até urinavam na roupa ao vê – lo enquanto alguns duendes mais jovens e revoltosos jogavam nele pequenas pedras que não pareciam atingir lhe.
A caminhada acabou quando eles pararam em frente a um antigo relógio de sol, onde vários sacerdotes vestidos com vestes brancas entoavam cantos em antigos idiomas.
Eram da ordem da Terra, um antigo clã de magos humanos que se juntou ao povo das fadas como sacerdotes da grande deusa, outro nome que Gaia tinha entre os pequenos.
Todos ali pareciam reduzidos a um tamanho em miniatura, Abdiel se sentia numa maquete com homenzinhos ilustrando as casas e soltando pequenos grunhidos enquanto ele passava.
Mas o palácio ao fundo e a praça onde eles estavam era diferente, a sensação de estar de volta a antiguidade era nítida, até mesmo as roupas dos sacerdotes remetiam a isso, panos lisos sem costura, túnicas feitas por mãos muito habilidosas que revestiam cada um deles como a uma segunda pele.
Os cantos pararam no momento que Morgana apareceu, vinha de dentro do palácio, carregada em uma antiga liteira por dois grandes guerreiros.
Abdiel não conseguia sentir neles uma alma, então sabia que eram fruto de magia poderosa. Assassinos cruéis e impiedosos que tinham nas costas pesados machados duplos e vestiam se como cavaleiros medievais não permitindo que se visse nada de seus corpos.
_ Provavelmente são armaduras vivas ou zumbis, tal como os druidas celtas usavam no passado para defender seus santuários, Pensou o herói e no mesmo instante a feiticeira lhe respondeu:
_ Sim são zumbis, dois nórdicos que eu salvei da morte, mas que ficaram loucos ao verem meus poderes.
A voz dela e a certeza de que tinha invadido sua mente o incomodaram bastante, ele sentiu medo como há muito tempo não sentia, até onde se lembrava a rainha das fadas era uma inimiga do céu.
Mas isso foi há muito tempo atrás e ele agora precisava de ajuda para vencer uma batalha maior, depois poderia vir aquela cidade e eliminar todos os inimigos dos anjos.
O pano da liteira se abriu e uma criança aleijada foi posta em uma cadeira de rodas feita de madeira com finos tecidos recobrindo o trabalho de um artesão habilidoso ao copiar as formas do engenho humano.
O anjo ficou espantado ao ver aquela cena, conhecia as lendas sobre a rainha das fadas, não esperava ver uma pequena e frágil menina, que não tinha mais do que cinco anos de aparência.
_ Todos que leram Arthur pensam que sou a bruxa má! Ela disse e riu até tossir e sair sangue de seu nariz.
_ Você deve pensar grande açougueiro dos anjos que eu não pareço ser um perigo, sendo apenas uma criança, mas lembre se do que seu general sempre lhe dizia: “Nunca subestime a um inimigo”.
_ Eu entrei em cada pensamento seu, sei cada fraqueza sua, sei da ira que atiça os querubins ao combate, e sei muito bem que quanto mais esse fogo se inflama dentro de você menos cuidadoso fica.
_ Sua ação trouxe de volta uma praga aos homens e anjos e só por isso estou aceitando recebe – lo aqui. Não pense que achará novamente a entrada dessa cidade quando sair dos muros.
_ Nossa sobrevivência nos tempos sombrios, onde a humanidade se tornou escrava das máquinas, depende justamente de nos mantermos em segredo.
_ Você sabe disso afinal por causa da sua identidade secreta a serviço dos arcanjos abandonou a única humana que um dia te amou!
Ele se sentiu fraco diante daquela afirmação, tinha se esforçado para esquecer aquela história, por que ela doía mais do que qualquer ferimento, mais do que qualquer escala de dor inventada pelos humanos.
A dor fez as memórias voltarem e por alguns instantes ele se lembrou de tudo:

Mongólia – reinado de Gêngis Khan

Abdiel tinha sido enviado para aquela região afim de caçar um antigo demônio chinês que estava causando uma praga. Tinha vagado como peregrino oferecendo seus serviços para quem pagasse mais, assim acabou se tornando um conhecido matador em toda aquela região.
A província de Sun estava tendo problemas com uma horda de mongóis liderados, montados em cavalos que disparavam flechas mais rápido do que um raio, a muralha contra eles ainda não estava pronta e precisavam de alguém que matasse seu líder e fizesse um grande estrago nas fileiras, dando tempo para que a defesa terminasse de ser construída.
O escolhido foi o forasteiro Abdiel que já tinha mostrado seu valor para o imperador da região cometendo pequenos assassinatos que limparam a região de rebeldes que queriam retirar lhe do poder.
Ele aceitou a proposta e levou um grupo para as estepes, atravessou a montanha e chegou num pequeno vilarejo, espalhou a notícia de que eram dissidentes e ajudariam as tropas de Khan a chegarem a China mais rápido.
Logo isso chegou aos ouvidos do líder mongol que mandou para lá uma comitiva e o levou até a sua capital, onde ele foi interrogado e entregou um plano falso que faria o exército enviado até a China ser destruído.
Mas no palácio ele descobriu Shien Zei, uma concubina do imperador, ela era linda como uma noite de luar, pele macia como uma flor ao desabrochar, corpo delicado e um sorriso sincero e verdadeiro.
O amor entre ela e o soldado surgiu de maneira intensa. Mas tudo acabou dando errado, o demônio tinha ido para a corte e conseguiu mostrar a verdade ao imperador, forçando Abdiel a fugir da cidade, pelos esgotos.
Não levou sua amada por que sabia que não tinha tempo a perder, o imperador tinha levado o infame demônio para seu palácio de inverno próximo ao mar. Seu dever para com os anjos era maior do que o amor dela a quem jurara, no início daquele dia, amar para sempre embaixo de uma árvore, antes do demônio que ele caçava mostrar seus planos ao líder dos mongóis e fazer com que ele fosse levado para a prisão e todos os soldados sob seu comando acabassem mortos.
Ele escapou por que sabia enganar a mente humana, e assim enganou o guarda usando sua aura de luz para que ele ficasse cego perante a potência divina.
Só mais tarde quando matou o demônio numa batalha que abalou as estepes e fez rachar aquele solo seco é que ele soube o fim dado a sua amada.
O imperador a considerou impura por ter jurado amor a outro homem e mandou que a queimassem viva e servissem os pedaços as demais concubinas e esposas que deveriam comer a carne como prova de amor a ele ou serem mortas.
Quando soube daquilo, o guerreiro se ajoelhou na Terra e chorou, sua angústia era tão grande que nada mais importava, os céus, a Terra, ele pela primeira vez sentia algo que os humanos chamavam de angústia, de dor, de remorso.
A sua ânsia de servir aos celestes tinha lhe tirado a única coisa de bom que ele tinha conseguido desde a sua vinda para Terra antes do dilúvio.
Ele sabia os nomes de cada planta, conhecia cada antiga cidade, era um lutador exímio em qualquer tipo de arma, mas do que isso lhe adiantara? Não tinha conseguido salvar aquela que tanto amou!
Por fim a criatura tinha sido derrotada, mas levará consigo a vontade dele lutar, a sua potência divina se apagou e ele saiu dali e não foi visto por quase cem anos, vagava agonizando entre cidades, não tinha mais o corpo musculoso, se tornou um peregrino que vagueou pelos continentes até reencontrar seu caminha na África, muito tempo depois da morte de sua amada, quando ele vagava pela floresta e ouviu uma mulher gemendo no meio do mato, correu até ela e viu que tinha sido atingida por uma arma e estava próximo a morte, em seus braços ainda carregava uma pequena criança, ligada pelo cordão umbilical que chorou perante ao anjo.
Aquele gemido do recém nascido atraiu para lá a causa daquela morte, dois caçadores europeus, portando mosquetes tinham matado a mulher que fugiu de um navio negreiro. Eram Portugueses e ao ver o mendigo um deles lhe chutou a cara enquanto o outro ria vendo a agonia da criança e num momento de sadismo puxou uma faca e preparou para rachar lhe o crânio, quando recebeu uma pancada.
O anjo tinha arrancado em segundos uma árvore inteira e tinha acertado na cabeça do homem que morreu esmagado ali, sem esboçar nenhuma reação.
O outro soldado, só não morreu na mesma hora por que pulou e desviou do ataque, mas antes que pudessem atirar foi atacado com vários socos pelo mendigo que o deixou as portas da morte.
A criança estava fraca, ele cortou o cordão e orou a Deus para que não deixasse aquele pequeno recém nascido morrer.
Foi caminhando até chegar a uma vila, onde entregou a criança em um hospital. Dias depois chegou a notícia que dois homens da armada real tinham sido mortos e se não fosse entregue o responsável por aquilo, o governador tinha dado ordens para matar todos os responsáveis, começando por aquela vila.
O pânico se instaurou, ninguém sabia de nada, a criança que Abdiel salvará tinha escapado, era uma menina e ele pediu que a chamassem de Redenção e assim foi feito.
Ele viu a tristeza daquela gente humilde que se via ameaçada de morte e partiu para a capital, quem olhasse em seus olhos agora não veria mais um anjo caído pela dor, mas alguém furioso pela miséria que via ao seu redor.
No caminho, ele devastando os domínios portugueses, em especial os portos, libertava todos os cativos e os mandava fugir dali.
O prejuízo naquelas semanas em que ele caminhou por aquele território foi imenso, o mercado de escravos ficou completamente paralisado e o rei da região estava sendo pressionado a agir mais duramente contra as notícias de um mendigo que estava aglutinando um exército para lutar contra os colonizadores.
Mas não houve tempo para uma reação, a fortaleza real foi atacada e todo o império ruiu, o mendigo que liderava as tropas, não foi mais visto, nem a criança que por toda sua vida foi cuidada como uma filha por aquele homem e se tornou uma grande sábia, terminando seus dias em uma tribo na África Ocidental.
A escravidão não acabaria ali, mas daquele momento em diante, os portugueses não se arriscavam mais a dominar o território, apenas compravam e vendiam os escravos, tomando o máximo de cuidado para proteger suas embarcações.

Arcádia – Dias atuais.

As lembranças vieram muito rápido e quando ele voltou a si, tinha se passado quase um quarto de hora, estava deitado no chão da praça, a cabeça doía.
Morgana continuava sentada ali, tinha no rosto um leve sorriso, tinha feito um angelical cair a seus pés, tinha conseguido vence – lo. Viu quando ele se levantou e caminhou até atrás de uma árvore, onde soltou o vômito que tinha e se reaproximou, mas o que ela não sabia é que tinha despertado sentimentos mais fortes dentro daquele alado que avançou contra ela e a lançou contra uma das colunas do templo.
_ Por quê? Você reviveu esse tormento! Bruxa! Ele gritava enquanto avançava batendo em guardas e fantasmas que defendiam aquele lugar.
No mesmo instante a criança frágil e indefesa foi se transformando, as pernas crescendo, o rosto se enchendo e os traços se tornando femininos, até ela se tornar uma mulher, as roupas se romperam no processo e ela avançou até o alado completamente nua dizendo:
_ Queria te torturar antes de te ajudar, os alados mataram Arthur, envenenaram o sonho de Camelot e eu precisava me vingar um pouco em você, comandante Abdiel, líder da legião escarlate, dos assassinos angelicais.
A voz dela conseguiu para – lo, agora as coisas estavam claras, ela queria lhe causar mal e tinha conseguido, não precisava mais respeitar paz alguma. Com aquela revelação ele poderia simplesmente matar ela do jeito tradicional, sem diplomacia ou acordos.
Sua velocidade era incomparável, os guardas da cidade, mal conseguiam se movimentar com os escudos para formar uma linha de defesa entre o guerreiro e a rainha.
Eles até tentaram defende – la, mas não eram tão treinados na arte do combate, sua técnica apesar de apurada foi facilmente vencida, quando o guerreiro pulou em cima dos escudos e num salto se lançou contra a feiticeira que não esperava por aquele ataque enquanto conjurava um ritual para matar o celeste.
As mãos dele avançaram contra seu pescoço e a lançaram para os céus, no mesmo instante abriu suas asas e tomou um impulso imenso e antes que algum dos guardas pudesse tomar qualquer reação, ele trespassou a rainha das fadas ainda no ar. Sua arma varou o corpo da mulher, cravando até o punho da espada.
No mesmo instante o sol daquela terra se tornou em noite e uma tempestade começou a se formar, as nuvens foram se adensando, enquanto ele ficou ali parado olhando a agonia de Morgana vendo a vida se apagar. Ele sabia que ela voltaria, aquela bruxa tinha bebido da fonte essencial e não havia meios para mata – la, mas era divertido vê – la sofrer, ver as reações no seu rosto, as suas tentativas de balbuciar palavras. O angelical estava se deliciando com uma vingança, nem notou quando as nuvens se avolumaram até se tornarem em um dragão que parecia dominar todo o céu da cidade das fadas.
O celeste só se deu conta do novo inimigo quando foi atingido por um raio e caiu junto com a bruxa ainda espetada na espada, a energia daquele golpe era muito mais forte que um raio comum, fritou a borracha das botas, e reduziu as cinzas boa parte das roupas que o anjo trazia, mas pior destino teve Morgana que estava com o metal angelical da lâmina trespassando seu corpo, acabou reduzida a uma poeira que subiu pelos céus e sumiu.
Abdiel ao cair no chão desmaiou, a pancada foi tão forte que afetou seu cérebro e quando levantou ele não conseguia mais enxergar.
Sua visão estava negra e ele só conseguia ouvir os sons, a confusão nos seus sentidos era tremenda. Ele tremia de medo, suas pernas estavam fracas e a confusão na mente era tão forte que teve vontade novamente de vomitar, mas não tinha mais nada no estômago que pudesse lançar para fora, estava fraco e caiu no chão, trêmulo e sem forças.
Alguns minutos depois as nuvens em forma de dragão, lançaram novamente um raio, mas desta vez não era uma descarga de energia, mas um transporte entre dimensões lançou naquela terra uma mulher, vestida com vestes de monge, completamente negras, o rosto vinha encoberto por um capuz e uma máscara antiga do teatro, que representava a fúria e era isso que aquela mulher tinha se tornado.
Ela correu até o anjo, seus braços eram enrolados em fitas negras e enquanto ela corria aqueles adereços se desprendiam dos braços e iam apodrecendo até mesmo nas pedras do calçamento,
Quando chegou próximo ao celeste ela usou aquelas fitas como armas, levantou ele do chão, no local onde tocavam a pele ia apodrecendo e a dor consumia o anjo que acordou da apatia.
_ Shien Zei, lembra se dela? A idiota que se apaixonou por um anjo! Ele gritava quando ela disse isso e tirou a mascara, o rosto ainda era o mesmo, mas as marcas eram profundas e intensas.
_ Ainda sou bonita anjo? Atraente? Esse é tratamento dado no inferno para quem morre queimada, como eu fui por sua causa, maldito.
Ao terminar de dizer essas palavras, ela sabia que o fim dele estava próximo, mas não esperava que uma flecha disparada do alto de um prédio pudesse solta – lo de seu abraço.
O céu da cidade das fadas estava cheio de anjos, todos vestidos com o emblema da legião dos assassinos.
_ Lembre se do meu nome, e saiba que eu vou voltar para terminar isso. E sumiu se unindo a escuridão.
Os angelicais desceram até aquele solo e levaram o anjo com eles.
O veneno daquela assassina tinha sido muito forte e mesmo as mais potentes magias de cura não tinham sido capazes de ajuda – lo.
Seu corpo tinha absorvido parte do mal e agora corria em suas veias, misturado ao seu sangue aquela praga.
Os efeitos no corpo dele seriam imprevisíveis, talvez letais em longo prazo, ninguém sabia o que esperar, mas agora que o mundo estava no fim, precisavam mais uma vez daquele que já foi chamado de o maior assassino dos céus!
A besta de sangue criada por Skasai tinha entrado no mar e desaparecido, e desde então o portal com o mundo dos mortos tinha sido reaberto e milhares de humanos estavam ficando loucos ao verem leviatã passeando novamente nos oceanos da Terra.
Um dos quatro cavaleiros foi avistado na África e a besta de nove cabeças acordou no Oriente.
Era preciso entrar em combate para impedir que o Juízo final começasse e a legião escarlate tinha que agir. Mas sem Abdiel, eles eram um corpo sem a cabeça.
Ethiel, Dommun, Methai, Doskia e Mannet. Eram os que ainda restavam da legião, além de Abdiel, guerreiros implacáveis, capazes de tudo pelo dever e tiveram sorte de encontrarem seu líder, após o mensageiro mandado pelos arcanjos falhar ao encontra – lo no endereço onde ele morava.
Ethiel e Dommum, tomavam conta do líder, na fortaleza dos anjos, tinham ordens para avisar aos arcanjos sobre qualquer mudança em seu estado de saúde.
Enquanto esperavam, começaram a conversar:
_ Tudo está ruindo, posso sentir que a hora da batalha final está chegando, Dommum.
_ Que bom! Espero por isso há tempos! Tenho um demônio com o qual preciso acertar as contas.
_ Você realmente é um guerreiro burro, não é atoa que te tomaram como representação de Thor. Baixo, ruivo e com um machado e sem nenhuma idéia na cabeça.
_ É fácil para você falar, Ethiel, ninguém ataca mulheres, mesmo quando elas usam arcos e disparam essência celeste para destruir as sombras.
_ Isso não é forma de guerrear, a batalha é cara a cara, com sangue escorrendo e alguns ossos quebrados, matar a quilômetros de distância como você faz, é digno dos ratos ou de aves, mas não de soldados.
_ De soldados que não usam a cabeça, até pode ser Dommum, mas aqueles que sobrevivem preferem ter cobertura de alguém que atire a distância para lhe proteger. E ao terminar de dizer isso, riu. Deixou Dommum zangado e este saiu para pegar um ar, na verdade queria treinar um pouco contra os novatos, mesmo que fosse só com as mãos, era um briguento incorrigível e ficar parado era algo para fracos e estudiosos, duas classes que ele desprezava.
Ethiel ficou sozinha na entrada, quando ouviu um barulho vindo do quarto, entrou correndo e viu Abdiel vomitando sangue negro em jorros ininterruptos.
Ela gritou pedindo auxílio e no mesmo instante apareceram vários ofanins, anjos de cura e proteção que cercaram a sala e a tiraram dali.
Quando saíram disseram apenas que ele de algum modo tinha se limpado do veneno e que iria melhorar.
Enquanto isso no inferno, no castelo de Apollyon.
_ Perdição, minha dileta perdição, você fez um bom trabalho, jogando Abdiel numa doença forte, sem ele a legião não fará nada e eu terei tempo para vencer o inferno e a terra e assim me preparar para ascender como o supremo comandante que irá marchar à frente das tropas, na tomada do paraíso.
Uma jovem escondida atrás do capuz apenas acenou com a cabeça positivamente enquanto o demônio continuava falando:
_ E quando eu me tornar o líder, você terá o corpo e alma do Abdiel para se satisfazer em sua vingança.
_ Agora vá minha querida agente e cumpra seu papel, é preciso eliminar mais heróis para que os humanos estejam fracos quando o mal vier sobre eles.
Ela novamente acenou com a cabeça e sumiu como uma sombra, enquanto seu mestre olhava por toda a Terra, através de um espelho de almas impuras.

Marcos Ferro