quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Espíritos Sugados - Um conto sombrio de Marcos Ferro !

Passeando pelas ruas novamente vi vários jovens usando seus celulares próximos ao rosto. Na tela apareciam pequenos monstrinhos. A mente deles saía da realidade e todos pareciam felizes e contentes, enquanto isso o programa sugava a energia dos seus usuários. Os antigos tinham um ditado, os olhos são as janelas da alma, aquilo que vemos enche nosso espírito e molda nossas realidades. Aquilo que prende sua atenção prende seu corpo, sua mente e seu espírito. Caminhava pelas ruas olhando o movimento dos carros, a cidade pulsava tanto materialmente quanto espiritualmente e os celulares daqueles jovens estavam sugando os. Crianças em um parque já estavam quase secas espiritualmente, de tanto olhar para a tela do celular, enquanto seus pais estavam felizes e satisfeitos de as verem quietas e caladas, como seria se soubessem que seus filhos e até eles próprios viraram gado? Eu não iria me intrometer, eles escolheram viver com as máquinas, escolheram serem escravos de mundos virtuais, que arcassem com sua própria ignorância. Diversas ordens de magia, poderiam estar por trás desse aplicativo que virou febre mundial, nenhuma delas usaria a energia dos jogadores para algo positivo. Possivelmente um grande pacto com demônios pudesse estar sendo feito, nas escondidas, mas se eu dissesse isso para alguém seria tratado como maluco. Os humanos comuns, estão perdendo sua essência, vivem pelas máquinas, são escravos delas há muito tempo. Muitos até duvidam da existência do mundo espiritual, tão cheios de si que ousam afirmar que só há um mundo, aquele que podem tocar. Criaram sobre seus olhos uma venda que os impede de ver a verdade. Foi no fim da idade média, a renascença fez o homem ficar arrogante, fez todos se sentirem o centro do mundo, ousou criar uma filosofia cujo centro era o próprio homem, o barro chamando a si mesmo de deus. E de lá para cá tudo piorou, a mente da maioria é fechada até para a própria vida, vivem no automático, sem sonhos, sem imaginação. São apenas máquinas com um coração que pulsa friamente. E daí que as crianças vão perder seu espírito? E daí se vão ser apenas escravos de novas ordens mundiais? Eles escolheram isso, e eu sigo apenas meu caminho, vivendo em paz na selva de pedra.

Conheça mais do trabalho de Marcos Ferro, criador de Histórias do Paradoxo, confira no link baixo!