sábado, 15 de agosto de 2015

A CADELA MALDITA, Um conto macabro de Marcos Paulo A. Ferro !

Na cidade dos mortos, todos conhecem a história da mulher amaldiçoada a vagar na forma de uma cadela, após ter matado seus filhos. Eu sou Daniel, o coveiro de Campo Santo e essa história que vou lhes narrar começa na cidade de Brumado, onde uma jovem transava com todo mundo, era conhecida na cidade por ser mais dada que bom dia, seu nome Maria Flor,era criada por uma tia no cabaré da cidade e vivia em meio a devassidão todo o tempo. Não tardou a aparecer boatos de que ela tinha engravidado, já com 13 anos de idade, mas logo os boatos sumiram e ela continuou a mesma vida desregrada. Transava como um animal no cio e depois saia da cidade, quando engravidava, indo até uma índia velha que conhecia ervas para abortar e lá passava uma semana tomando chás, até ter um aborto forçado de maneira natural. No prazo de cinco anos, ela teve mais de sete crianças abortadas nesse método, o que ela não sabia é que a índia usava os recém nascidos em rituais pagãos e que dava a alma deles a um antigo deus de sua tribo para conseguir viver mais tempo. Mas as oferendas não agradaram mais aquela entidade antiga, pois as almas das crianças traziam a memória de como haviam sido mortas e clamavam por vingança. Aquele ser antigo e cruel, de tanto ver as imagens e ouvir os pedidos de vingança, se comoveu pela morte dos inocentes e puniu a índia, transformando a em um verme, por usar a floresta para matar e a moça naquela mesma noite foi metamorfoseada em uma cadela, cheia de feridas e pústulas que nunca se curam. Vaga todas as noites a uivar por clemência, tenta entrar em igrejas para pedir perdão, mas sempre mandam na embora embaixo de pontapés dos solos sagrados. Ninguém lhe dá água, ela tem de beber água da sarjeta, ninguém lhe dá comida, ela precisa se alimentar dos restos da sociedade. Sempre que uma jovem está para abortar essa cadela aparece por perto como forma de tentar avisar, mas ninguém presta atenção, a jovem Maria Flor em sua forma horrenda. Os leitores podem me perguntar: Como você sabe disso? Eu vi aquela cadela no dia em que estava enterrando um inocente, abortado por uma jovem inocente e vi a cadela chegar bem perto da cova e chorar desesperada. Cheguei perto dela, dei lhe um prato de comida, água, e de algum modo fui acometido de um sono profundo, onde vi toda essa história que lhes narrei. Talvez seja loucura, mas serve de aviso para as jovens que pensam somente em sexo e acham que abortar é a solução quando uma criança está sendo gerada.

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